The New Abnormal

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Tradução: Entrevista com Nick Valensi sobre um ano de CRX

 

Foto Lullavie

 
No dia 23 de outubro de 2017 foi ao ar a entrevista que Nick Valensi concedeu a Christina Cacouris (V Magazine) sobre o primeiro aniversário do lançamento do disco New Skin, de sua banda CRX. Veja a seguir nossa tradução:

Nick Valensi reflete sobre um ano de CRX

Guitarrista-que-virou-líder Nick Valensi fala com V sobre o primeiro aniversário do disco de estreia de CRX, New Skin

Depois do EP Future, Present, Past, de 2016, nada se diz sobre o futuro de The Strokes e os lançamentos por vir. Devido a seu status on/off e muitos hiatos, os integrantes da banda seminal de Nova Iorque se ramificaram para criar seus próprios projetos musicais, com o guitarrista Nick Valensi sendo o último a assumir o microfone e liderar a própria banda: CRX, que lançou seu disco de estreia New Skin, no ano passado. À beira do primeiro aniversário do álbum, falamos com Valensi para ouvir suas reflexões sobre o ano que passou e para onde CRX está indo agora.

Faz quase um ano do lançamento de New Skin; queria ver em que você esteve refletindo no último ano.

Foi um ano incrível pra nós. Fizemos um bocado de shows pelo país. Quando gravei o álbum, nunca tinha tocado como vocalista, então foi realmente divertido pra mim. Sinto que o segundo disco da CRX vai ser significativamente diferente, porque quando fiz o primeiro álbum eu estava por minha conta, compondo todas as músicas no meu computador – e agora eu tenho essa banda incrível comigo e estamos escrevendo um monte de coisas juntos, e a maioria do que estamos escrevendo é na sala de ensaio da banda. Sinto como se tivesse aprendido como usar melhor minha voz de uma forma efetiva.

O título New Skin é de alguma forma uma referência ao fato de que é sua primeira vez como vocalista?

Sim, eu gostei que tivesse esse aspecto sinuoso, mas a ideia era remover uma velha pele e colocar uma nova.

Tendo feito a turnê, como você se sente como líder?

Eu amo. Amo! É sobre ter mais disciplina que só ser o cara da guitarra – sendo o guitarrista, é muito fácil fazer um show tarde e então sair, beber, conversar, talvez dormir só por três ou quatro horas, entrar no ônibus no dia seguinte, dirigir pra onde quer que você vá e fazer outro show. Não é tão físico. Como vocalista, você tem que olhar pra isso um pouco mais como uma performance atlética ou algo assim, porque se você não dorme o suficiente, se você sai pra beber e ficar de conversa, você perde a voz. Não me importa se você é Bruce Springsteen ou Bruno Mars. Você perde a voz. Então teve uma curva de aprendizado pra mim, como me comportar na estrada…ser o cantor pode às vezes não ser tão divertido quanto ser o guitarrista, mas eu topo o desafio!

Obviamente você está sob holofotes desde jovem, mas agora que está à frente e no centro, você considera mais sua aparência e estilo?

Agora mesmo estou usando a mesma coisa que usaria pra tocar. Sou assim desde adolescente. Tinha um modo de agir com os Strokes quando começamos – que deveríamos nos vestir como se sempre estivéssemos no palco, e eu adotei essa filosofia quando adolescente e a mantive. Mas não é como se eu fosse super extravagante no palco; eu não sou Liberace. São jeans legais, uma camiseta, talvez uma camisa por cima. É isso.

Em termos de seu processo como compositor, soa como se seu primeiro disco tivesse sido feito por uma pessoa só, e agora você está em um espaço mais colaborativo.

Quando comecei a escrever o primeiro disco da CRX, o ímpeto era que eu queria estar no palco e fazer alguns shows, e eu não tinha músicas pra isso, então eu tive que escrever um álbum. Levou um ano ou dois. O próximo vai ser mais rápido, já estamos na etapa de escrever e é muito mais colaborativo, bem menos sobre me afinar pessoalmente. Libera muito do meu processo mental para focar nas melodias e letras porque tenho esse grupo de músicos incríveis comigo que são capazes de contribuir muito.

E não é mais minha exclusiva responsabilidade na banda. É legal pra mim também ser capaz de delinear as responsabilidades entre The Strokes e CRX um pouco mais claramente; nos Strokes, eu basicamente contribuo só com a música. Eu não trabalho em letras com The Strokes. É mais o território de Julian [Casablancas] e estou lá para a música. Na CRX, está se tornando o caminho contrário, eles providenciam as músicas e eu venho com as coisas pra cantar com elas. Está sendo bem legal pra mim, e me sinto mais totalmente desenvolvido. Estou aprendendo um bocado, me tornando mais desenvolvido como compositor.

Estava me perguntando com o primeiro álbum se era como se você tivesse se dividir artisticamente entre o trabalho com The Strokes e CRX e como você diferencia os dois.

Tenho que fazer isso um pouco – mas não tanto, porque com The Strokes, não estávamos fazendo um disco. Estávamos num ciclo off e fiquei um pouco agitado e queria sair pra tocar. Agora que estou com dois projetos simultaneamente, às vezes você fica um pouco dividido quando tem que escrever algo e não sabe exatamente onde colocar, mas meus sentimentos são: se eu escrevo uma parte de uma música e acho que Julian poderia fazer algo melhor do que eu poderia [liricamente], então vai ali. Julian é um grande letrista, ele é um cantor extraordinário. Estou fazendo música com ele desde que eu tinha 13 anos de idade.

O que podemos esperar do próximo álbum?

Está cedo, estamos fazendo shows locais em Los Angeles frequentemente e tentando novo material. Tenho uma filha de 11 anos que se tornou obcecada com Talking Heads. Vivemos em Los Angeles então estamos no carro grande parte do tempo, ouvimos bastante Talking Heads, bastante de Pink Floyd. Então, rock-funk dos anos 70 você vai encontrar no próximo álbum da CRX, com certeza.

Fonte: V Magazine
Tradução: Equipe TSBR