The New Abnormal

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SPIN: RESENHA DE COMEDOWN MACHINE

Dia 25 de março saiu uma review de Comedown Machine no site da Spin, que dá nota 6 ao disco. A tradução vocês conferem a seguir:
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Ninguém mais pergunta o que Strokes vão fazer a seguir. (“Nenhum resultado encontrado para “‘O que os Strokes vão fazer a seguir?’” Temos uma evidência!). Então quando o eletro de One Way Trigger explodiu nos fones de ouvido em janeiro, nos desafiando a não chamá-la de um tributo a A-Ha, seus sintetizadores animados e falsete maduro soaram como um surpreendente desafio. Adicione uma irônica piscadela do título do álbum, e claramente esses caras estão convidando todos a ter fortes opiniões sobre eles mais uma vez.

Não tão rápido. Nós, felizes sobreviventes do grande debate Strokes de 2001 podemos lembrar com carinho da energia juvenil dissipada na busca de determinar, com absoluta certeza, se esses caras eram gênios sexy salvando o rock ou ainda, pirralhos preservando-o. Mas não seremos enganados de novo, e nem você será. Seguros, profissionais obedientemente ultrajados emprestando um punhado de sucintos e não entusiasmados tweets sobre o “desapontamento” dos fãs sobre a nova direção da banda. (Imagina se o Twitter já estivesse por aí antes de Is This It?). Mesmo os britânicos, seu estranho investimento na destemida vitalidade dos Strokes, pareciam hesitantes sobre dar um veredicto final a Comedown Machine.

Aqui está: uma arranhada, mas aperfeiçoada banda pop que nunca foi menos que a soma de suas influências lança uma nova rede, ou talvez só esteja em águas diferentes. A abertura Tap Out falsamente te leva a uma erupção de guitarra antes de dar lugar, prematuramente, a um sintetizador que não é exatamente Smooth Criminal de Michael Jackson, mas exala vibrações indiferentes de Bad. Então as armadilhas de 80’s Comedown Machine ecoam como Prince ao infinito, enquanto seu sintetizador clássico-falso poderia funcionar se alguém decidisse recriar o álbum Asia sem realmente escutar Ásia de verdade. Happy Endings soa um pouco como Madonna em Holiday. E assim por diante.

A comparação em resumo se assemelha, ao menos superficialmente, à influência de Is This It, mas o hype carregado dos rapazes que certa vez juntaram os cacos publicamente de suas músicas favoritas que estão agora mais experientes e conduzem sua maestria de gêneros e eras. De longe, muito bom. E ainda, em vez de nos dar um álbum cheio de lembranças de The Strokes dos anos 80, a banda cai repetidamente numa imitação de si mesma. O single All the time é obedientemente rock o bastante, fornecendo um ponto show único da habilidade de Nick Valensi de condensar um solo como um navio numa garrafa. (Em outra narrativa, ele assinaria como um tocador de sessões com Dr. Luke e energizaria singles de Ke$ha, ou talvez apenas iria para Nashville.) Mas como uma concessão para quem pede que Strokes sejam mais como Strokes, é um soco e um dos muitos aqui.

O fardo de fazer algum sentido em tudo isso cai competentemente nos ombros de Julian Casablancas, cuja voz sobe ao menos uma oitava. Ele nunca precisou explorar suficientemente seu barítono de Iggy e quando ele brincou com essa similaridade no disco solo Phrazes for the Young, de 2009, ele não poderia ter se convencido mais que seu tédio tem importância crucial. Mas o falsete que ele ostenta em Comedown Machine orgulhosamente proclama “Eu sinto”. E talvez ele sinta.

As românticas e mundanas negociações que Casablancas uma vez heroicamente se recusou a trabalhar agora o deixam frenético e atormentado. Mas de “We don’t have to know each other’s name” para “I’ll play your game” e “You don’t have to try so hard”, o pai e marido soa como se tivesse sido reduzido a uma encenação. Quando ele sai com uma linha como “What kind of asshole drives a Lotus?” seu resmungo pode sugerir “I’ve seen it all before, baby”. Exceto que ‘it’ parece se referir a uma seleção do Netflix.

O lugar de Strokes na história poderia estar assegurado desde Is This It. Não para trazer o rock de volta: Jack White não precisou da ajuda deles (embora Vines tenha precisado), e um grupo pós-colégio buscando metas mais adequadas a seu apetite de que boy bands – e/ou mais guitarras urbanas do que o nu-metal tinha a oferecer – poderia ter satisfeito seus desejos de algum modo. Não, o que importa sobre essa banda era como o entusiasmo de seus fãs instigaram flutuantes críticas: a ascensão de The Strokes foi quando nós todos decidimos como iríamos discutir sobre babaquices online.

Então que objeto cultural vai atingir os colegiais de hoje e não ser grande coisa daqui a doze anos? Girls? Zooey Deschanel? Sim, algo na TV, provavelmente. Não apenas uma banda de rock, certamente, muito menos um disco de uma banda de rock. Algumas pessoas vão gostar muito dessas músicas. Outras não. Se um dos lados fizer grandes esforços pra convencer o outro, suas interações vão explodir a internet. E sim, num sentido menor, Comedown Machine mudou o mundo. Uma vez que o mundo só tinha 4 discos de estúdio de Strokes. Agora tem cinco.

Fonte: Spin

Tradução: Equipe TSBR