The New Abnormal

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NME: RESENHA DE COMEDOWN MACHINE (8 ESTRELAS DE 10)

A NME foi uma das primeiras revistas a dar dicas sobre o Comdown Machine com o faixa a faixa que traduzimos e publicamos aqui no site há pouco mais de um mês (sim, só faz isso de tempo!). Agora, a revista publicou finalmente a sua resenha com o veredito final: 8 estrelas de 10.
Confiram a tradução logo depois da scan (clique na imagem para ampliar).
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 THE STROKES – COMEDOWN MACHINE

Quinto álbum dos nova iorquinos que deram o pontapé inicial do renascimento indie dos anos 2000 é cheio de grandes riffs, vocais difusos e uma noção de que eles devem estar na verdade divertindo-se uns com os outros
por Dan Stubbs
Na última década, fãs de Strokes viram a banda desaparecer diante de seus olhos. Não apenas uma série de álbuns produzidos com cuidado decrescente, mas com um monte de concertos cada vez mais desbotados também. Eles nem se importam mais em fazer turnê, promovendo Angles em 2011 com vários shows em festivais onde os cinco membros pareciam preferir dividir o palco com um cadáver.
Mas os fãs ainda têm esperança. The Strokes é a banda que deram o pontapé inicial aos anos 2000. Sem eles não haveria o renascimento indie, nem o cenário de Nova Iorque, nem Arctic Monkeys, provavelmente. E as vendas da Converse teriam sido beeem mais lentas. O impacto inicial da banda foi tão monumental que, a cada vez que lançam um álbum, nós secretamente desejamos que seja tão destruidor e incrível como Is This It. Mas é realmente justo julgar uma banda pelo seu inigualável sucesso anterior?
No começo do lançamento do seu quinto álbum, os sinais não eram bons.  A capa – um antigo modelo de capas de fitas da RCA não é icônica como a arte inspirada em ‘Smell the Glove’ do seu álbum de início. Transpirava que a banda não iria fazer entrevistas, nem datas de turnê tinham sido anunciadas. Acima de tudo, tem o título: Comedown Machine. Entediante.
Quando uma faixa saiu, o consenso popular decidiu que soava como Take on Me, do A-Ha. One Way Trigger tem sintetizadores, guitarras estampidas e Julian Casablancas cantando como uma garota. Mas é aí que as coisas ficam excitantes. Por um lado. Take on Me é uma das maiores canções populares já escritas. De outro, sugere que os dias de afinidade de Julian Casablancas com os sintetizadores dos anos 80 finalmente se casaram com a potência emotiva das guitarras de Nick Valensi e Albert Hammond Jr.
A título de confirmação, o álbum abre com um riff abafado de guitarra que dá um tom de tropical-pop: Tap Out é Strokes via Phoenix, com um grande refrão. All the Time segue, com Fabrizio Moretti martelando a bateria e muita guitarra. Então Welcome to Japan, com sua batida disco, guitarras imitando a voz de Casablancas e letras insinuantes que perguntam “what kind of asshole drives a Lotus?”.
80’s Comedonw Machine diminui o ritmo, construída num loop espremido que poderia ser a trilha de um anúncio de âmbito nacional antes de 50/50, que apropriadamente marca a metade com seu grande riff e vocais difusos. E você respira com alívio, porque até agora isso é bom.
Então fica um pouco estranho. A segunda metade é o momento Bee Gees, com Julian quebrando o alto registro de Slow Animals e Chances, que soam como uma B-side de Daniel Bedingfield. Call it Fate, Call it Karma soa como algo saindo de um radio de plástico antigo numa praia havaiana, e termina o álbum com um curioso corte. No meio há Partners in Crime, possivelmente a música mais surpreendente que The Strokes já fizeram, com seu amigável refrão de jornalista “I’m on the guestlist”.
E isso é Comedown Machine.  Não um álbum importante, nem um que vai definir os tempos. As pessoas que querem outro Is This It não vão encontrá-lo. As pessoas que querem outro Room on Fire também não. É falho, imperfeito e, francamente, estranho em alguns pontos, mas é embalado com sintonias atadas. Mais do que tudo, é divertido – uma grande conquista considerando que não parecia divertido estar nos Strokes por anos. Se é assim que a “Comedown” soa, nós queremos um pouco do que eles estão vindo*.
*Trocadilho em inglês, no original: we want some of what they’re coming down from.
Tradução: Equipe TSBR
Scan: shesfixingherhair.co.uk