The New Abnormal

The New Abnormal

Ouça o novo disco:

TRADUÇÃO DA ENTREVISTA COM ALBERT HAMMOND JR PARA NME (AGOSTO)

Na edição de Agosto de 2013, a NME publicou uma entrevista com Albert Hammond Jr, traduzida a seguir.

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The Strokes voltaram com um quinto álbum, “Comedown Machine” em março, mas em vez de colocar a música pra tocar, a máquina ‘da volta’ não está em movimento. Os cinco não posaram para fotos para promover o álbum, muito menos fizeram um show ou falaram com jornalistas. E isso não vai mudar agora. “Isso foi tudo, e falar sobre isso agora ia acabar com a ideia de não falarmos sobre isso”, diz Hammond Jr para a NME depois de ser DJ num evento para a Converse, no salão de tatuagem The Circle, em Londres. Mas ele deixou escapar que a história dos Strokes não chegou ao fim ainda. “Em algum momento vamos fazer algo e falar sobre isso e vai parecer bom. Só parece muito parcial ou estranho ou não divertido quando não é um esforço do grupo, mas tudo está ótimo. Julian e eu somos realmente bons amigos.”

Então ainda vai ter mais material dos Strokes? “Sim”, ele disse, hesitante. “The Strokes estão sempre abertos… sempre tem algo. Não estou dizendo em nome da banda, só como eu vejo, como parece – como se tivéssemos passado da fase de não fazer coisas.”

Enquanto isso, Albert está de volta com um novo EP de cinco faixas, seu primeiro material solo desde 2008 “Como Te Llama?”. Com as novas faixas “Cooker Ship”, “Rude Customer”, “Strange Tidings”, “Carnal Cruise” e “Saint Justice”, deve ser lançado pela gravadora Cult Records do amigo Julian Casablancas, em setembro*. Gravado no estúdio que Albert tem em casa, ao contrário do seu primeiro álbum solo “Yours To Keep” que conta com inúmeros colaboradores, neste novo material os únicos músicos que você ouve são Hammond e Matt Romano, um colaborador de longa data. Parece também que o guitarrista encontrou um novo som. “É a coisa mais agressiva que eu já escrevi. Duas das canções são realmente agressivas e estou empolgado para tocá-las ao vivo. Sinto totalmente como se fosse a melhor coisa que eu já escrevi, de longe.”

Hammond estava de fato tão empolgado que ele não conseguia parar – o EP seria um single. “Gravei uma faixa com Gus Oberg, meu produtor. Mostrei ao Julian e ele fez ‘Legal, vamos lançar num single’. Eu disse ‘Tem mais uma’, então tentamos as duas e antes que eu me desse conta corríamos o risco de ter um disco inteiro. A ideia era lançar algo logo, porque um álbum é um processo muito maior e não queríamos demorar tanto.” O tema é variedade: “Cada música é um pouco diferente, mas o gancho comum é minha guitarra. Faço um solo em cada uma, o que é realmente excitante. Quando minha mãe ouviu uma delas, ela estava como ‘Oh, wow, é você tocando?’ Ela disse de uma forma positiva!”

Albert disse que não sabe se vai vir um álbum inteiro a seguir. “Só sinto que o ciclo de fazer um álbum e uma turnê é tão…”, ele parou. “Descobri umas coisas com Julian e queremos fazer as coisas depressa. Esperar cinco meses para lançar algo que você levou cinco meses pra fazer te faz sentir um pouco velho.”

A positividade irresistível de Hammond vem de uma fase difícil – ele lutou contra as drogas durante a promoção do quarto álbum dos Strokes, “Angles”, em 2011.

“Eu cedi à vida rock n’roll, acho. Em vez de ceder minha vida toda, cedi por um período de alguns anos. Você faz isso primeiro para sair da sua própria cabeça, e você pensa as coisas de forma diferente. Então chega num ponto que você está fora da sua cabeça e não está pensando em nada, e quando chega nessa situação você se perde da música, então qual o objetivo? Música foi a primeira droga que me deixou aceso, e acho que as drogas te levam numa nova direção, então você esquece que precisa parar.”

Isso contribuiu para o atraso no trabalho solo? “Em parte, talvez, mas começamos a fazer coisas dos Strokes, então é um dar e receber, fazer aquilo e fazer suas próprias coisas. Ou você está ensaiando, ou fazendo turnê, então é difícil encontrar tempo. Mas música é uma daquelas coisas que você não pode apenas se sentar e fazer, você realmente precisa estar relaxado e não se importar com o dinheiro ou o que está fazendo, então as coisas acontecem. Como quando você é criança, só tocando música e é divertido e você fica tonto. Eu fui muito sortudo – tenho uma banda incrível e pessoas incríveis perto de mim que me inspiram – e estou prestes a lançar o que acho que é a melhor coisa que já fiz.”

*Embora a matéria afirme que a data de lançamento seria em setembro, na página da Cult Records, a data de lançamento para o álbum AHJ é 08 de outubro de 2013.

Agradecimentos pelas scans: She’s fixing her hair.co.uk